DIU: o que é, como funciona e principais efeitos

Se tem uma coisa que toda mulher procura é por um método contraceptivo eficaz e com o mínimo de efeitos colaterais. E adivinha só? Esse método existe e o nome dele é DIU.

Mas, apesar das inúmeras vantagens, o DIU ainda continua sendo mal visto e seu uso ainda é repleto de mitos. 

Então, bora desbravar esse assunto e entender de uma vez por todas o que é o DIU e como ele funciona?  

O que é DIU?

Imagem sobre o que é DIU.

DIU, sigla para Dispositivo Intra Uterino, é um método contraceptivo considerado um dos mais eficazes segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS.

Com formato semelhante a um T, o DIU é inserido no interior do útero da mulher pelo ginecologista a partir de um procedimento simples.

Basicamente, a ação do DIU é tornar o ambiente uterino inapropriado aos espermatozoides, fazendo com que eles não consigam alcançar o óvulo.

O DIU é um método contraceptivo reversível com duração entre cinco e dez anos. Após esse período, o dispositivo deve ser retirado e substituído por outro. 

Vale destacar que a mulher pode engravidar normalmente após a retirada do DIU.

Segundo a OMS, cerca de 170 milhões de mulheres usam o DIU e a tendência é que esse número cresça cada vez mais.

No Brasil, esse número ainda é baixo, apenas 5% das brasileiras utilizam DIU, mesmo oferecido gratuitamente pelo SUS.

DIU de cobre

Imagem sobre o DIU de cobre.

O DIU de cobre (não hormonal) é fabricado em plástico e possui partes envolvidas em fios de cobre que liberam íons de metal para o interior do útero. 

O contato do cobre com o útero provoca alterações no muco cervical e na estrutura do endométrio, impedindo a passagem dos espermatozoides até o óvulo.

As principais vantagens do DIU de cobre é o tempo de duração do dispositivo (até dez anos) e a possibilidade de ser utilizado por mulheres que não podem ter contato com métodos hormonais.

No entanto, o DIU de cobre aumenta consideravelmente o fluxo sanguíneo durante a menstruação. 

Além disso, o DIU de cobre é o único oferecido gratuitamente pelo SUS. Em clínicas particulares, esse modelo de dispositivo custa, em média, R$ 100, além do valor da consulta e do procedimento médico.

DIU prateado

Imagem sobre o DIU de prata.

O DIU de prata possui ação idêntica ao DIU de cobre. A diferença entre eles está na presença da prata junto ao cobre.

As partículas de prata no dispositivo fazem com que o fluxo sanguíneo durante a menstruação seja menor, além de evitar a oxidação do cobre, aumentando a vida útil do DIU para até 12 anos.

O DIU de prata não é oferecido pelo SUS. O preço do dispositivo varia entre R$ 250 a R$ 400, além do custo com a consulta e o procedimento médico.

DIU hormonal ou DIU Mirena

Imagem sobre o DIU Mirena.

O DIU hormonal, conhecido também como DIU Mirena (nome comercial do produto), é uma das versões mais eficientes do dispositivo.

Fabricado em plástico, mas sem cobre ou prata na composição, esse tipo de DIU libera um hormônio chamado levonorgestrel, um hormônio sintético muito semelhante a progesterona produzida naturalmente pelo organismo feminino.

A ação do DIU hormonal está no espessamento do muco cervical e no controle do desenvolvimento do endométrio, impedindo a passagem dos espermatozoides e, consequentemente, a fecundação.

A vantagem do DIU Mirena é a redução das cólicas menstruais e a diminuição do fluxo sanguíneo menstrual.

O DIU hormonal não é oferecido pelo SUS. O preço do DIU Mirena varia entre R$ 600 a R$ 1.500, além do valor da consulta e do procedimento médico.

Procedimento de inserção do DIU

Imagem representativa sobre como é feita a colocação do DIU.

A colocação do DIU é simples e rápida, levando, no máximo, 15 minutos. O procedimento não requer internação e pode ser realizado no próprio consultório médico.

Em alguns casos, dependendo da sensibilidade da mulher, é possível aplicar uma sedação local para neutralizar possíveis dores e incômodos no momento da colocação do DIU. 

O médico também pode recomendar algum medicamento antiespasmódico ou anti-inflamatório para evitar incômodos durante o procedimento.

Em resumo, o DIU pode ser colocado em qualquer momento do ciclo menstrual. Contudo, o mais recomendado é a colocação imediatamente após o período menstrual, garantindo que a mulher não está grávida. 

É comum também que os médicos solicitem alguns exames antes da colocação do DIU para, assim, descartar gravidez, infecções sexualmente transmissíveis ou alguma alteração anatômica no útero.

Após seis meses da colocação do DIU, o médico deve solicitar um ultrassom transvaginal para garantir que está tudo certo com o dispositivo. 

Feito isso, a mulher deve voltar ao consultório ginecológico uma vez por ano para realização de exames de rotina que, inclusive, devem ser feitos por qualquer mulher, independente do uso do DIU.

Contraindicações do DIU

As contraindicações e os efeitos colaterais do DIU são poucos. 

O maior impeditivo para uso do dispositivo costuma ser a anatomia do útero, isso quando a mulher possui alguma má formação uterina incapaz de se adaptar ao dispositivo.

O DIU de cobre, por sua vez, não é recomendado para mulheres com fluxo sanguíneo intenso, já que o dispositivo aumenta ainda mais esse fluxo. 

Nesses casos, a indicação é pelo DIU de prata ou DIU hormonal, que também auxilia mulheres com problemas de endometriose e que sofrem com cólicas menstruais severas.

Fora essas condições, o DIU é recomendado para todas as mulheres, inclusive as que nunca engravidaram, adolescentes que já iniciaram a vida sexual e também para as lactantes. 

Vale lembrar ainda que o DIU não é abortivo, não causa infertilidade e não aumenta o risco de câncer no ovário ou colo do útero. 

E, apesar de poder se movimentar pelo corpo, essa é uma situação raríssima que não merece ser considerada dado todos os benefícios do método.

Qual é a eficácia do DIU?

A taxa de eficácia do DIU varia entre 99,2% a 99,4% para o DIU de cobre e até 99,8% para o DIU hormonal

Só para efeito comparativo, a laqueadura, procedimento contraceptivo irreversível possui eficácia de 99,5%, enquanto a pílula anticoncepcional possui eficácia de 99%, podendo cair para 91% caso a mulher se esqueça de tomar a pílula ou tome fora do horário.

Conclusão

O DIU é altamente eficaz na prevenção de uma gravidez indesejada, mas não deve ser utilizado como método de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST). Apenas a camisinha garante a prevenção de doenças.

E, então, o DIU é para você? Se achar que sim, procure orientação médica para implantação do dispositivo.

De resto, é só aproveitar tudo o que o DIU tem a oferecer e, em caso de novas dúvidas sobre saúde íntima, basta solucioná-las em nosso blog!


Fontes:

  • GIORDANO, Mario V.; GIORDANO, Luiz Agusto; PANISSET, Karen S. Dispositivo intrauterino de cobre. FEMINA. Vol 43. 1 ed; 15-20, 2015
  • PREFEITURA DE GUARULHOS – SECRETARIA DA SAÚDE: DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL A SAÚDE. Protocolo Dispositivo Intrauterino (DIU). 2019.
  • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual Técnico para Profissionais de Saúde : DIU com Cobre TCu 380A. 2018.
  • FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Uso de dispositivos intrauterinos (DIU) em nulíparas. 2017.
  • ANVISA. Mirena® – Anvisa. 2017.

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